BIOGRAFIA

Fernando Manuel dos Santos Dôres

NOTA BIOGRÁFICA
Nasceu em 19/11/1964, em Moçambique (Vila de Manica)

  • Curso de Artes Visuais da ARCA/ETAC (1994)
  • Licenciatura em Cerâmica da ARCA/ETAC (1999)

EXPOSIÇÕES COLECTIVAS

  • Galeria Almedina, Coimbra, 1995
  • Concurso Jovens Talentos, Coimbra, Setembro, 1997
  • Câmara Municipal Ansião, Ansião, Junho, 2001
  • “24 Artistas em Coimbra”, Atelier Oficina de Arte de Coimbra, Coimbra, Fevereiro, 2002
  • Homenagem dos Artistas de Coimbra a Carlos Oliveira – Casa Municipal Cultura de Coimbra, Coimbra, Outubro, 2002
  • “Exposição Semana Cultural”, Escola Básica 2º./3º Ciclos nº.2 de Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Nova, Junho, 2003
  • “Encontros”, Atelier Oficina de Artes de Coimbra, Coimbra, Maio, 2005
  • 132 A Galeria D´Arte, Coimbra, Outubro, 2006
  • Galeria de Arte Pedra de Guilhim, Nazaré, Fevereiro, 2007
  • 132 A-Galeria D´Arte, Coimbra, Setembro, 2007
  • trabalhos comemorativos do Prémio Abel Manta de Pintura, Gouveia, Set–Dez, 2007
  • V Bienal Artes Plásticas Pintura – Escultura, Prémio Thomaz de Mello, Centro Cultural da Nazaré, Nazaré, Setembro – Outubro, 2007
  • Fim de Verão, Galeria D´Arte 132 A, Coimbra, Setembro – Outubro, 2007

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

  • Escultura Cerâmica, Condeixa-a-Nova, Outubro, 2001
  • Desenho, Feira do Livro de Condeixa-a-Nova, Julho, 2002
  • Metamorphoses, Galeria Exposições Temporárias, Edifício Chiado, Coimbra, Maio – Junho, 2007
  • Galeria D´Arte 132 A, Coimbra, Agosto, 2008
  • Fantasias Crepusculares, Galeria São Mamede, Lisboa, Maio-Junho, 2009
  • Fantasias Crepusculares, Galeria São Mamede, Porto, Julho, 2009

TELO DE MORAIS

Entre o sonho e a alucinação conscientemente provocada…

Senhor de uma técnica apurada, designer original e subtil, abre-nos as portas de uma mundivisão surreal de onirismo imprevisto que, alheia a pontos cardeais, se situa entre o sonho e a alucinação conscientemente provocada, na senda de Salvador Dali. Deixando de lado a descrição das imagens, a simbiose dos reinos animal e vegetal, apenas queremos realçar a sensação de silêncio e imobilidade intemporal comunicada ao espectador.

Enaltecida a técnica, a componente formal, como avaliar o conteúdo estético transmissível? Quanto a nós, o autor conseguiu criar um mundo de insólito, panteísmo o qual constitui inegavelmente verdadeira novidade artística, própria do surrealismo. Se a beleza clássica poderá estar em causa, premissa há muito abandonada, há que admitir que o bom prevalece sobre o belo. E a obra de Fernando Dôres é boa, mesmo muito boa.

MARIA JOÃO FERNANDES

A simbiose dos reinos animal e vegetal, apenas queremos realçar a sensação de silêncio e imobilidade intemporal comunicada ao espectador…

É do inconsciente que se trata sempre em arte, mas por vezes de um modo mais evidente, o artista mergulha no seu humus onírico e dele extrai a semente de uma floração maravilhosa que nos assombra e deslumbra simultaneamente, transportando as nossas próprias fantasias e temores, anunciando um futuro dos sonhos e das imagens. 0 Maravilhoso, ”estranha lucidez do delírio”, ”luz do sonho”,”claridade verde da paixão”, ”conjunção do desejo e da realidade”, o “instante perturbador” em que o mundo nos dá o seu consentimento (I) é a atmosfera deste universo próximo das fábulas e dos contos de (des)encantar. Procura de um instável equilíbrio entre o rosto e a máscara, entre o ser e o nada, entre a vida e a morte, zoologia e ornitologia dos prodígios, teatro de um absurdo que a graça e a melancolia do destino humano iluminam. (…) Pássaros sem asas e sem ninho, suspensos nos galhos de árvores que não são árvores, mas lembranças de uma tarde que o tempo devorou e permanecem nos arabescos da tinta, memória da caneta ou do pincel. Puros, pobres vestígios de emoções tão queridas, será a vida das imagens esta leve sombra, humilde e audaciosa, de alguma coisa que já nos abandonou. muito antes de nascer? A consciência de estar vivo é assim tão dolorosa? E que vida é esta, a vida das imagens ou a vida da vida ávida de ser e de florir? Ambas misturadas, misturando os seus contornos, teatro do absurdo e do paradoxo. da hesitação entre o voo e a queda, o animal e o vegetal, o humano e o animal. Fábulas da ausência e de uma presença anunciada que derrama já, entre nós, as suas maravilhas.